«Perdemos repentinamente
a profundidade dos campos
os enigmas singulares
a claridade que juramos
conservar
mas levamos anos
a esquecer alguém que apenas nos olhou»
Blogue da Biblioteca/Centro de Recursos da Escola Secundária Fernando Lopes Graça
O realizador ousou entrar no infinito particular de Bernardo Soares. Numa fase complicada da sua vida, o Livro do Desassossego caiu-lhe em cima: "Salvou-me a vida". O livro, os fragmentos, as palavras, toda aquela "depressão serena e tormentosa", a transcendência, a melancolia, o estranhamento, a incomodidade de uma cidade que acolhe e é hostil vão andar em digressão por telas de todo o país. E de um não-livro, de uma ruína literária João Botelho ergueu um filme que não é de época mas que é fora de época. E de um livro-caos, encontrou o seu pedaço de cosmos, sem fim, nem meio, nem princípio - exactamente por esta desordem.
Este é o início de uma entrevista dada por João Botelho, realizador do Filme do Desassossego ao Jornal de Letras. Para ler aqui. Para ver o Filme, no CCB.