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sexta-feira, abril 23

O 25 de Abril na 1ª Pessoa # [7]


Alferes Alfredo Sá-Pessoa

«A Ditadura Salazarista manteve durante treze anos, de 1961 a 1974, o "império colonial" de além mar (nomeadamente os territórios africanos da Guiné, Angola e Moçambique), à custa de uma guerra chamada defensiva desses territórios.
Para isso, mobilizou nesse período a "grande maioria da juventude portuguesa", que foi envolvida numa guerra destinada a ser perdida, pois mais tarde ou mais cedo, esses territórios iriam constituir nações independentes.
Como ex-combatente na Guiné, só posso dizer que nesse período aprendi muito, nomeadamente no convívio com a população de etnia fula no leste daquela colónia, onde deixei amigos de coração porque felizmente estive integrado em forças operacionais que lutaram mais pela paz do que pela guerra.
Durante esse período, na zona do actual Gabu e Dara, Madina Mandiga, a nossa companhia foi um exemplo de tropa que nunca espalhava o terror, antes pelo contrário, ajudavamos as populações com medicamentos e transporte para a cidade.
Em resumo, foram 27 meses sofridos, mas intensamente vividos no aspecto humano quase já conscientes de que a guerra estava perdida e que a libertação daquela gente estava para breve! Felizmente que houve o 25 de Abril, pois apesar de eventuais erros de revolução, poupou-nos dessa guerra injusta.»
Alfredo Sá-Pessoa,
Encarregado de Educação

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