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sábado, abril 24

O 25 de Abril na 1ª Pessoa # [9]


«Já muito foi dito e explicado acerca dos aspectos políticos e históricos que desencadearam a revolução que derrubou o regime.
Deixo-lhes o alerta para pequenos factos que podem ajudar a compreender melhor a inesquecível festa de rua, espontânea e popular, que vivemos naquele dia e, sobretudo, naquela nova semana que terminou no primeiro 1º de Maio vivido em liberdade.

No dia 23 de Abril de 1974, tinha eu a idade que a maior parte de vocês têm hoje... e acontecia que...


...para usar um rádio portátil, um chamado transistor, era obrigatório requerer uma licença;
...de igual modo para um simples isqueiro;
...para uma mulher casada sair do país, tinha que ser autorizada pelo marido;
...na maior parte das vezes, o nome da mulher era averbado no próprio passaporte do marido;
...fazer crítica ao governo era delito de opinião e conduzia ao risco de investigação da policia política;

...um grupo de três ou mais amigos à conversa na via pública corria vulgarmente o risco de ser mandado dispersar;

...para comprar alguns livros, por serem proibidos, era necessário conhecer o livreiro certo, que os tinha escondidos para os amigos;

...para comprar alguns discos, por serem proibidos, era necessário ir ao estrangeiro ou encomendá-los a quem os trouxesse;
...
...
Parecerá, hoje, estranho (até a mim!) mas assim era... a falta de liberdade!


E... ... como vamos hoje desta doença?»
PG,
Docente

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